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Apresentação de Pôsteres

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 (1) A philia médica na medicina hipocrática.

João Luiz Magalhães, Doutorando, Universidade do Porto (Portugal)
Coorientadora: Miriam Campolina Diniz Peixoto

E-mail:jlmagalhaes@yahoo.com.br

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Resumo do Pôster:

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Sabe-se que o ser humano é propenso a enfermar-se e, estando enfermo, necessária se faz a assistência do médico. Conforme Laín Entralgo, desde a Grécia Antiga, e ainda hoje, antes que uma ajuda técnica se encaminhe,a relação entre o médico e o enfermo deve ser fundada numa espécie de philia, a qual se traduziria em uma conexão entre a φιλανθρωπία e a φιλοτεχνία. Estima-se que a philia presente na relação médico- enfermo se reverta em um benefício terapêutico para o doente. A ocorrência dos termos gregos supra indicados, conforme nos informa o Index Hippocraticus, é significativa em tratados como o Sobre o médico (Περί ιἤτρου) e nos Preceitos (Παραγγέλιαι). Sobre a atitude do médico se diz que “seus modos serão honrados e irrepreensíveis“ (HIPPOCRATE. Du médecin. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p. 205) e que ele “será com todos sério e humano” (HIPPOCRATE. Du médecin. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p. 205); que “a justiça presidirá todas as suas ações” (HIPPOCRATE. Du médecin. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p. 207) e que “as relações entre o médico e seus pacientes não são algo de pouca monta” (HIPPOCRATE. Du médecin. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p. 207). Sobre a identificação da philantrôpia à philotechnia, diz-se que “se há possibilidade de socorrer um homem estrangeiro ou pobre, é sobretudo o caso de intervir, pois onde há amor aos homens há também amor à arte” (HIPPOCRATE. Préceptes. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p.259). Reconhece-se, ainda, a importância da philantrôpia do médico no processo de cura do enfermo: “alguns enfermos, sentindo que sua enfermidade é perigosa, confiando na humanidade do médico, recuperam a saúde” (HIPPOCRATE. Préceptes. In: Littré E., Œuvres Complètes d’Hippocrate. Paris: J.B. Baillière, 1861. v.9, p.259). As ocorrências da noção de philia que examinamos em nosso estudo dos tratados hipocráticos fazem alusão a uma prática e técnica médicas apuradas, que atuam em consórcio em vista do benefício do enfermo, configurando uma ética em que a relação médico-enfermo se estabelece tendo por base a justiça, o respeito,a mútua confiança e o amor à humanidade que se compraz no próprio amor à arte médica.

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(2) A philía em Teógnis e Aristóteles

Guilherme Lemos Nogueira, Mestrando, UFRJ

Orientador: Glória Braga Onelley

E-mail: guilhermelemos@id.uff.br

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Resumo do pôster: 

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Com base na leitura e tradução dos dísticos elegíacos do Corpus Theognidea que versam sobre a temática da philía e dos livros VIII e IX de Ética a Nicômaco, e na fundamentação teórico-crítica presente em obras de estudiosos modernos, como Konstan, Adkins, Reale, Guthrie, entre outros, que também se dedicam a ela, pretendemos apresentar o conceito de philía nos corpora citados e estabelecer a intertextualidade entre eles, apontando, na medida do possível, em quais questões eles dialogam e diferem e, de que modo, esse tema serve ao propósito de cada um. Isso também não impossibilita recorrer, sempre que for necessário, a outras obras em que é recorrente essa temática. 

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(3) Oralidade e escrita na Grécia Clássica: ontologia vs. linguagem no Górgias de Leontini.

Daniela Brinati Furtado, Iniciação Científica , UFJF

Orientador: Fábio Fortes

E-mail: danibrinati.f@gmail.com

 

Resumo do pôster: 

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Na busca pela verdade absoluta, muitos filósofos desenvolveram uma metafísica que tenta explicar como e o que é permanente malgrado às coisas efêmeras do devir. Para desenvolver seus pensamentos, a linguagem foi, é e provavelmente sempre será um problema a ser enfrentado para a formulação do pensamento filosófico. Na Grécia Antiga, o sofista Górgias não só usou a linguagem como ferramenta para externalizar uma ideia, mas ele reduziu tudo à ela, nomeando o discurso como deus soberano que cria realidades perante à sua incapacidade de encontrar ou comunicar algo que está externo à ele. Essa comunicação tem como intenção mostras o contexto que levou Górgias a substituir o espaço da ontologia pelo discurso o tornando o grande soberano senhor e, como essa ação torna a busca pela verdade impossível pelo fato de o discurso em si ser instável.

 

(4) É possível ao sábio ter amigos ?

Letícia Ferruzzi Sacchetin, PIBIC, UFMG

Orientador: Miriam Campolina Diniz Peixoto

E-mail:  leticia@sacchetin.com.br

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Resumo do pôster: 

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No quadro geral de nossa pesquisa, temos por objetivo compreender a natureza do ‘sábio’, da ‘sabedoria’ e da ‘coisa sábia’ em Diógenes Laércio, principalmente no contexto dos livros I e IX das Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Foi assim que nos deparamos com frequentes alusões ao tema da amizade em sua caracterização do modo de vida do sábio e do filósofo. Perguntamo-nos, então: é possível ao sábio ter amigos?  Que lugar ocupa a experiência da amizade no horizonte da sabedoria? Que importância lhe é atribuída? Ele se interessa tanto pelo que eles disseram sobre a amizade e sobre os amigos, quanto pelo modo como a amizade esteve presente em suas vidas. Do sábio Bias ele destaca o seguinte propósito: “Bias dizia que preferia decidir uma divergência entre dois inimigos seus em vez de entre dois amigos; no segundo caso ele tinha certeza de que iria transformar um dos amigos em inimigo, enquanto no primeiro iria fazer de um dos inimigos amigos.” (I.5.87.2-5) E de Epimenides, ele evoca o sentimento de philia experimentado pelo sábio para com a cidade: “Epimenides recusou o dinheiro, porém pactuou amizade e aliança entre Cnossos e Atenas.” (I.10.111.2-3). Em nosso trabalho, iremos examinar alguns dos episódios, propósitos e reflexões que figuram nos testemunhos de Diógenes Laércio acerca da amizade na vida e nas doutrinas dos sábios e filósofos repertoriados em sua obra.

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